Feel like a woman in Ciudad de Mexico


Para quem visita a Cidade do Mexico, a capital mexicana nao merece mais do que um dia. Claro que tem muitas atraccoes mas isso significaria que poderiamos passar aqui dias sem nunca ver tudo. Num pais onde nao faltam locais de interesse, e importante definir claramente o que queremos ver e conhecer. Ha lugares que sao obrigatorios e aos quais nao devemos resistir. Sao obviamente os locais mais turisticos mas onde a seguranca tambem e redobrada. Falamos do Zocalo e do Templo Maior e Catedral, a Basilica de Guadalupe ou o Museu de Antropologia.



A partida ja sabiamos que a Cidade do Mexico era um lugar inseguro. Uma imagem de violencia gratuita persegue a sua reputacao. Para quem tem alguma duvida sobre a violencia que existe na cidade fica logo esclarecido sempre que entra no metro, onde diariamente o jornal "metro" exibe fotografias dos crimes que tiveram lugar no pais, na vespera. Titulos como "torturado" ou "morto sin piedade" fazem as machetes. Tais fotografias nunca seriam permitidas na Europa.


No dia que passamos aqui na capital comecamos por apanhar o metro e explorar o Museu de Antropologia que se situa no Bosque de Chapultepec. Era bastante cedo e por isso fomos logo agraciados com a hora de ponta. O metro e o meio de transporte por excelencia da cidade. Cada viagem custa 3 pesos (menos de 20 centimos)e toda a gente o utiliza. Isto significa que esta sempre cheio. Como era domingo, o "apinhado" da manha nao significava mesmo "apinhado". O verdadeiro "apinhado" so o descobri a tarde!

Depois de passar 4 horas no museu demos uma passagem rapida pelo bosque e pelos lagos, que recebiam centenas de familias mexicanas domingueiras, e voltamos a apanhar o metro para o centro. Agora sim, o termo "apinhado" aplicava-se. Estava tanta gente que eu estava completamente encaixada entre as pessoas. Claro que estes lugares sao prodigiosos para assaltos por isso redobrei a minha atencao sobre a minha saca que trazia a maquina fotografica. Eis que de repente, sinto, nao uma mao para me roubar mas o orgao sexual de um homem a esfregar-se (exaustivamente) no meu rabo. Olhei para tras e dei-lhe um olhar de zangada. Parece que nao resultou porque ele respondeu-me o olhar com algo que dizia "macho latino" seguido de um franzir do sobreolho! O homem cada vez se esfregava mais e eu comecei mesmo a sentir "algo" verdadeiramente duro e um movimento rapido contra mim. Queria sair dali mas nao conseguia. O Rui estava do outro lado e nao me conseguia ver. Eu chamei-o (so para ver se o homem parava, claro) mas ele nao se conseguia chegar para a minha beira. Saimos na saida seguinte. Quando lhe contei ele nao queria acreditar. Uma vez ca fora pensei "porque nao lhe deste um estalo?" A verdade e que tive medo da sua reaccao. Fiquei petrificada.


Apesar desta experiencia decidi que nao iria desistir do metro. Voltei a usa-lo nesse dia e em todos os outros que se seguiram. Desde as 6 horas da manha ate as 22h da noite nunca mais voltei a ter aquela experiencia. Aquele domingo foi mesmo um baptismo. Comecei a escolher os lugares onde era apertada e contra quem. Uma senhora limpinha e sempre melhor.


 Da parte da tarde, visitamos o Templo Maior, o que resta da cidade Azteca de Tenochititlan, destruida pelos espanhois em 1521. Apesar das ruinas serem uma desilusao (porque as serpentes estavam tapadas), o museu do sitio e um assombro. Ficamos mais duas horas la dentro. Para alem das centenas de artefactos descobertos, recentemente os arqueologos descobriram um monolito com o deus Tlaloc, sendo provavelmente um dos maiores monolitos descobertos ate a data.



O resto do dia passamos no Zocalo, na Catedral, na Alameda e no Palacio das Belas Artes. As noites, por questoes de seguranca, passamo-las no hostel.


A nossa rotina era deitar as 22h e acordar as 6h da manha. Utilizamos a Cidade do Mexico como local para explorar varios lugares proximos tais como: El Tajin (5 horas), Xochicalco (3 horas), Prismas Basalticos de Huasca del Ocampo (3 horas), Teutihuacan (1 hora)e Tula (2 horas). No final da semana, aquela ideia que tinhamos criado no domingo ja se tinha atenuado.

A Cidade do Mexico e perigosa e muito pouco segura mas nada que com a devida precaucao nao se contorne. Aprendemos a usar casacos com gorro e a ter um ara ameacador... uhrrrr!

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