De onde vieram os
Zapotecas? Como viviam?
Nasceram dos jaguares, como acreditavam, ou das árvores e rochas? Serão na realidade os descendentes da natureza?
Os zapotecas
eram uma civilização que se desenvolveu no sul do México, desde o istmo de
Tehuantepec até Acapulco, especialmente na região de Oaxaca. Os seus nativos povoariam
estas regiões já há 2500 anos, no entanto, os registos arqueológicos mais
antigos e fiáveis datam de 800 a.C. Terão sido contemporâneos dos Maias, dos
Astecas e dos Teotihuacanos.
Tal como as
outras civilizações do seu tempo, eram sedentários e viviam essencialmente da
agricultura. Para garantirem bons anos agrícolas e grandes colheitas praticavam
o culto ao sol, à chuva, à Terra e ao milho. As culturas agrícolas eram tão
importantes que os aldeões entregavam milho,
perus, mel e feijão como tributo.
A sua capital
localizar-se-ia no lugar onde hoje se situa Monte Albán, uma cidade que servia de
sede da civilização Zapoteca. Nesta cidade existiriam variadíssimos edifícios
sagrados e civis, estádios, túmulos e mercados. A cidade foi construída em
várias plataformas escalonadas como pirâmides de diferentes alturas. Alguns
historiadores acreditam que a cidade possa aqui existir há mais de 2000 anos.
A sua crença na
Natureza é uma das características que mais os destaca. Adoravam deuses como Cocijo, o deus da Chuva, representado pelo
símbolo da fertilidade e pelos símbolos da
terra-jaguar e do céu-serpente. Ao que parece, os sacrifícios humanos que lhes
prestavam era um importante ritual religioso. Adoravam os seus antepassados e,
tal como outras religiões tribais, prestavam culto aos mortos. Os tecelões
e oleiros eram famosos pelas suas ornamentadas urnas funerárias e vasilhas de
barro colocadas sobre os túmulos.
Tal como os
Maias, também os Zapotecas desenvolveram um sistema de escrita baseado em hieróglifos
e outros símbolos gravados em pedra, pintados nos tecidos, edifícios e túmulos.
Possuíam várias línguas, muitas delas, cerca de 15, continuam a ser faladas pelas
serranias do centro do México. Dos registos escritos que chegaram aos nossos
dias destacam-se os códices mixteco-zapotecas,
documentos de escrita hieroglífica sobre pele de veado e profusamente coloridos,
que permitiram aos arqueólogos conhecer a vida e os costumes da região. Também
os Zapotecas desenvolveram um calendário que terá sido a base dos calendários
Maias e Astecas.
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Mitla - 1907 |
A civilização Zapoteca
começou a perder o seu esplendor entre 700 e 1200 d.C, quando os Mixtecas,
vindos do norte, ocuparam Monte Albán e Mitla. Apesar dos Mixtecas terem sido
os principais responsáveis pelo seu declínio, os seus povos viriam a unir-se
para impedir o avanço dos Astecas e das suas rotas comerciais no século XV. Mas
nem isso, nem a aliança que fizeram com os astecas aquando da chegada dos
espanhóis viria a impedir o seu fim. A civilização desapareceu mas o seu povo
continua a povoar o México. Os zapotecas dividem-se, actualmente, em dois
grupos, um nas serranias de Oaxaca, outro no sul do Istmo de Tehuantepec. A maioria converteu-se
ao catolicismo mas alguns ainda efectuam práticas ancestrais, como o enterro
dos mortos com dinheiro.
PRINCIPAIS LOCAIS ZAPOTECAS NO MÉXICO:
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Monte Albán - 1907 |
Mitla – Um dos maiores centros religiosos.
Monte Albán – Capital e sede da civilização.
Lambityeco – Povoado zapoteca.
Dainzu - Povoado zapoteca.
Yagul – Povoado fortificado.
San José Mogote – Maior e mais importante povoado da região de Oaxaca.
Zaachila - Povoado zapoteca.